quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O LIVRO





A capa brilhava,
me chamava,
me fascinava.
Peguei-o,
sentei-me confortavelmente numa poltrona.
As palavras começaram a brotar
em todas as formas e cores,
com todos os tipos de amores
e,
dançando no ar,
formavam cenas fantásticas.
As lágrimas,
o sorriso,
os soluços,
as gargalhadas,
misturavam-se num redemoinho de ilusões,
num coquetel de emoções.
As figuras
que as palavras traçavam no ar
ora estavam no chão,
ora no teto,
ora ao lado,
ora esmagadas,
ora sublimes,
ora lavadas, sem cores,
ora pintada como flores
ora apimentadas,
ora suaves e doces,
ora amargas e ácidas.

A dado momento,
o cansaço,
o tédio,
o mormaço,
me invadiram.
Deixando o livro, fui dormir.
E as palavras,
sorrateiramente,
entraram em meus sonhos,
em minha fantasia,
e me perturbaram o descanso.
As dúvidas,
as incertezas,
as asperezas,
as súbitas surpresas,
tudo isso pululava
nas montanhas do meu cenário onírico.

Acordei assustado,
já com os raios do sol
no quarto penetrados.
Num só pulo levantei-me,
banhei-me,
tomei café,
domingão livre,
paineira livre,
com sombra,
sombra deliciosa,
ali fiquei,
recomecei a leitura.
Novamente o espetáculo das palavras
me traçando as ideias,
as figuras,
as fantasias,
as agruras e delícias de alguém,
que antes de mim,
havia visto tudo isso em sua mente,
em seus sonhos,
e os prendeu naquelas páginas.

O livro terminou.
Tudo sumiu.
A festa acabou.
Eu o fechei e o guardei,
Até que alguém o ligasse novamente,
Ligasse novamente essa fábrica de emoções.
(Teófilo Aparecido, 25/11/2012)

Nenhum comentário:

Postar um comentário