A capa brilhava,
me chamava,
me fascinava.
Peguei-o,
sentei-me
confortavelmente numa poltrona.
As palavras começaram
a brotar
em todas as formas e
cores,
com todos os tipos de
amores
e,
dançando no ar,
formavam cenas
fantásticas.
As lágrimas,
o sorriso,
os soluços,
as gargalhadas,
misturavam-se num
redemoinho de ilusões,
num coquetel de
emoções.
As figuras
que as palavras
traçavam no ar
ora estavam no chão,
ora no teto,
ora ao lado,
ora esmagadas,
ora sublimes,
ora lavadas, sem cores,
ora pintada como flores
ora apimentadas,
ora suaves e doces,
ora amargas e ácidas.
A dado momento,
o cansaço,
o tédio,
o mormaço,
me invadiram.
Deixando o livro, fui
dormir.
E as palavras,
sorrateiramente,
entraram em meus
sonhos,
em minha fantasia,
e me perturbaram o
descanso.
As dúvidas,
as incertezas,
as asperezas,
as súbitas
surpresas,
tudo isso pululava
nas montanhas do meu
cenário onírico.
Acordei assustado,
já com os raios
do sol
no quarto penetrados.
Num só pulo
levantei-me,
banhei-me,
tomei café,
domingão livre,
paineira livre,
com sombra,
sombra deliciosa,
ali fiquei,
recomecei a leitura.
Novamente o espetáculo
das palavras
me traçando as
ideias,
as figuras,
as fantasias,
as agruras e delícias
de alguém,
que antes de mim,
havia visto tudo isso
em sua mente,
em seus sonhos,
e os prendeu naquelas
páginas.
O livro terminou.
Tudo sumiu.
A festa acabou.
Eu o fechei e o
guardei,
Até que alguém
o ligasse novamente,
Ligasse novamente essa
fábrica de emoções.
(Teófilo Aparecido, 25/11/2012)
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