quinta-feira, 14 de maio de 2020

SÁBADO DA GRANDE DOR

                                                                       
O sábado da minha grande dor.

Meus filhos prediletos, permanecei hoje junto de mim, que sou a vossa mãe tão dolorosa. Este é o dia da minha grande dor.

É o único dia que vivi com Jesus morto.

Depois de o ter deposto piedosamente no sepulcro com a ajuda de João e das piedosas mulheres, depois de ter sido rolada uma pedra para fechar a sua entrada, fiquei pela primeira vez sem meu Filho.

Naquele momento, o tempo parou para mim. 

Foi então que começou a minha vigília continua, numa oração incessante, que intimava a passar das horas, numa firme esperança que chegava até a penetrar a porta do céu, num profundo e intenso sofrimento, enquanto podia, finalmente dar espaço à expressão da minha dor materna, e contínuas lágrimas desciam dos meus olhos, formando quase como um berço de pranto no qual depositava a todos  vós, que me tínheis sido confiados por Jesus na cruz.

É o sábado do grande repouso.

É o sábado do grande silêncio

É o sábado da minha grande dor.

É o único dia em que a mãe fica só crucificada e suplicante, confiante e fiel, oprimida sob o peso do seu sofrimento.

É o dia em que também a vossa mãe tem uma grande necessidade de conforto.

É o dia em que a mãe tem necessidade de amor de todos os seus filhos.

Hoje acolho-vos nos meus braços maternos e sou consolada ao sentir que me amais verdadeiramente como filho.

Parece-me ouvir a sua voz, que se prolonga na sua extrema e mais preciosa ofertar:

"Mulher, eis o teu filho"

Hoje, no berço desta minha dor, todos vos abris para acolher o fruto divino deste seu último dom.

Este é o meu e o vosso dia.

Entrai no novo   repouso sabático da minha maternidade espiritual. E a Igreja recebeu este dom (o do primeiro sábado) como primeiro fruto da paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Foi por isso que desde os tempos mais antigos se difundiu a tradição de dedicar o sábado a uma minha particular devoção.

Ainda hoje vos peço que me consagreis este dia.

É o dia que marca a passagem do tempo entre a morte e a Ressurreição de Jesus

É um dia de passagem para todos: da escravidão a liberdade; das mais profundas trevas 
à luz que não conhece o ocaso.

Entrai neste repouso luminoso.

Por isso vos convido a dedicar ainda o dia de sábado.

                                                                   

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