segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

PURGATÓRIO: DETALHES

 VEJAM TRÊS TEXTOS SOBRE O PURGATÓRIO. UM DELES É DE MARIA SIMMA, QUE VIA AS ALMAS DO PURGATÓRIO QUE LHE VINHAM PEDIR ORAÇÕES, E O OUTRO É DE SANTA CATARINA DE GÊNOVA. O ÚLTIMO É APENAS UM PEQUENO COMENTÁRIO DE TEÓFILO APARECIDO, QUE NOS CEDEU ESTES ARTIGOS.


RESUMO DAS MENSAGENS DADAS A MARIA SIMMA PELAS ALMAS.

Resumo feito em 13/01/2023 do texto em PDF de Irmã Emanuel

https://quemrezasesalva.com.br/bibliotecadigital/entrevista-maria-simma

 

INTRODUÇÃO:

Maria Simma nasceu em 02/02/1915 e faleceu em 2004, com 89 anos de idade. Aos 25 anos de idade começou a ser visitada pelas almas do Purgatório. Era camponesa austríaca. Nos últimos anos de vida viveu sozinha em sua casinha de Sonntag, na montanha do Voralberg, Áustria. Viveu pobremente, casinha pequena.

Trecho que copiei de outro site: “Maria Simma foi, desde a juventude, muito pia e frequentou assiduamente os cursos de instrução religiosa dados pelo seu sacerdote, dott. Kari Fritz. Depois da escola primária partiu para a Svevia, mais tarde para Hard, Nenzing e Lauterach. Queria ser freira, mas em três vezes se viu mandada a casa por causa da sua constituição frágil. Com a morte do pai em 1947, viveu sozinha. Para poder se sustentar se ocupava de jardinagem. Vivia na pobreza e era ajudada por pessoas caridosas. A sua permanência por três vezes no convento a formaram e a fizeram progredir espiritualmente, preparando-a, assim, ao seu apostolado em favor das almas do purgatório. A sua vida espiritual é caracterizada pelo amor filial para com a Santíssima Virgem e do desejo de socorrer as almas do purgatório, mas também de ajudar com todos os meios, as Missões.”(https://digilander.libero.it/monast/purga/porto/simma.htm

Diz também nesse outro site (digilander), que ela ensinou catecismo durante a época do Nazismo, com grande talento e destreza.

Voltando à Irmã Emanuel:

Essas almas dão avisos, pedem orações, falam dos seus indizíveis sofrimentos no Purgatório, mas que são atenuados pela alegre expectativa e a certeza de se virem a reencontrar, mais cedo ou mais tarde, nos braços de Deus (nota minha: nisso ela iguala a narrativa de Sta. Catarina de Gênova). Revelam também aos vivos o imenso poder que nós, vivos, temos de aliviarmos os sofrimentos dos defuntos e de recebermos, em troca numerosas ajudas e benefícios, nesta vida e na outra.

Essas informações podem nos ajudar a mudarmos de vida, para uma vida diferente, conforme os desejos divinos.

DADOS COLHIDOS NA ENTREVISTA, BASEADOS NO QUE AS ALMAS LHE DISSERAM:

1- A primeira alma a lhe aparecer em 1940, quando ela tinha 25 anos, foi a de um homem que lhe pediu que mandasse rezar 3 missas e ele seria libertado do Purgatório. Durante 3 ou 4 anos, apenas lhe apareceram 3 ou 4 almas, mas depois vieram mais. Pediram-lhe Missas, que ela participe dessas Missas, pediram oração de terços e vias-sacras.

2- Fala o que eu já pensava: quando vamos ver Jesus, não nos aproximamos se estivermos “sujos”, pois Ele é muito bonito e puro. O Purgatório é o “chuveiro” em que vamos tomar banho durante um certo tempo, a fim de tirarmos o mau cheiro nosso e podermos abraçar Jesus. O desejo que as almas do Purgatório têm de Deus lhes é profundamente doloroso, trata-se de uma agonia. “O Purgatório é uma grande crise da falta de Deus”. “Nenhuma alma quereria voltar do Purgatório para a Terra, porque possuem um conhecimento que nos ultrapassa infinitamente e não aceitariam mais voltar às trevas da Terra. Eis onde reside toda a diferença entre o Purgatório e o sofrimento que conhecemos na Terra. No Purgatório, embora a dor seja atroz, as almas têm a certeza de poderem vir a viver para sempre com Deus, certeza absoluta, que torna a alegria mais forte que a pena. Nada há na Terra que as possa fazer desejar viver de novo, nesta Terra, onde nunca se está seguro de coisa alguma”.

3- É a própria alma que quer ir ao Purgatório antes de ir para o Céu. “Ela está perfeitamente unida à Luz de Deus, no Espírito Santo”.

4- “No momento da morte se vê Deus de maneira confusa, mas numa tal claridade que é suficiente para sentir uma grande saudade de Deus”. Essa claridade ofuscante, se comparada às trevas da Terra, entretanto, “não é nada em relação à luz que a alma conhecerá quando subir ao Céu”. 

5- Nossa Senhora sempre visita as almas e lhes fala que fizeram muitas coisas boas. Ela as consola. Há dias especiais em que Maria vem libertá-las: “Natal, Todos os Santos, Sexta-Feira Santa, no dia da Ascenção e da Assunção”.

6- Os pecados que mais arrastam ao Purgatório: pecados contra a caridade, contra o amor ao próximo, a dureza de coração, a hostilidade, a calúnia, principalmente a maledicência e a calúnia, que exigem uma longa purificação. É aqui que ela conta a história do homem piedoso que ainda estava no Purgatório e da mulher que havia cometido abortos, mas que já estava no céu. Haviam morrido quase ao mesmo tempo, mas ela tinha tido um grande arrependimento e era muito humilde, ao passo que o homem criticava todo mundo, sempre se queixava e maldizia. É por isso que o seu Purgatório foi mais longo. Não se deve julgar pelas aparências. São contra a caridade: rejeitar certas pessoas que não amamos, recusar fazer as pazes, recusar perdoar, e todos os rancores que alimentamos. Conta aqui o caso de uma mulher que estava no mais terrível Purgatório, com sofrimentos horríveis, porque se recusara a perdoar uma inimizade até no leito de morte (essa outra pessoa sempre lhe vinha pedir a reconciliação e a paz). Uma palavra de crítica, de maledicência, pode realmente matar, mas uma palavra benévola pode curar.

7- Têm maior possibilidade de irem para o céu os que têm um coração bom para com todos: a caridade cobre uma multidão de pecados (1 Pedro 4,8b).

8- Meios que podemos usar na Terra para evitar  o Purgatório: ajudar as almas do Purgatório, que elas também nos ajudam; humildade, que é a melhor arma contra o Maligno. Ela expulsa o mal. Conta aqui um caso de uma pessoa muito boa, que rezava muito pelas almas, e que na hora da morte estava sendo ferozmente tentada pelo demônio, e muitas das almas que ela havia libertado do Purgatório vieram ajudá-la a morrer em paz e a ser levada ao Céu.

9- As almas que ajudamos nos assistem, conhecem as nossas necessidades e obtêm-nos muitas graças. Conta aqui o caso de um jovem que morreu salvando pessoas de avalanches na aldeia onde morava. Dois dias após a sua morte, visitou Maria Simma e pediu que ela mandasse celebrar 3 Missas por ele, que as libertaria do Purgatório. Maria Simma foi à família dizer isso e eles se admiraram com essa pouca pena, pois o jovem havia feito muitas malandragens. Ele explicou à vidente: “Fiz um ato de puro amor, arriscando a minha vida por essas pessoas e é graças a isso que o Senhor me acolheu tão depressa no Céu”. É, a caridade cobre realmente uma multidão de pecados. Deus o levou no instante mais propício de sua vida, ou seja, quando ele praticava um ato de caridade máximo.

10- O bom ladrão, Dimas, agradou a Deus por ter aceito humildemente o sofrimento, dizendo ser um sofrimento justo, encorajou o outro ladrão a aceitá-lo também. Experimentou o temor de Deus, que é sinal de humildade. Aceitar a morte, abandonar-se plenamente à vontade do Senhor. Uma senhora, mãe de 4 filhos, ia morrer. Não se revoltou, mas disse ao Senhor: “Eu aceito a morte, pois assim o quereis e entrego a minha vida em Vossas mãos. Eu Vos confio os meus filhos, sei que tomareis conta deles.” Por causa dessa entrega total a Deus, foi para o Céu sem precisar passar pelo Purgatório. O amor, a humildade, o abandono a Deus: eis as chaves de ouro para se entrar no Céu diretamente.

11- Os meios eficazes para livrar as almas do Purgatório: A Santa Missa, pois é Cristo que se oferece por amor a nós. A eficácia da Missa é proporcional ao amor que tiveram à Missa durante a vida. Também nas Missas durante a semana. Como o fez certa vez o Santo Cura D’Ars, que fez uma “troca” com Deus: ele segurava a Eucaristia, oferecendo ao Pai o Seu próprio Filho, e ele acolhia a alma do amigo dele que o padre soube estar ainda no Purgatório. Deus aceitou a “troca”, e Maria Sinna diz: “ofereçamos a Deus, pelo Santo Sacrifício, o seu Filho bem-amado, com todos os méritos da Sua paixão e morte. Ele nada nos poderá recusar”.

12- Outro meio eficaz para as almas do Purgatório: oferta do sofrimento voluntário, como a penitência, as privações e também a oferta dos sofrimentos involuntários, como a doença, o luto. A vidente aceitou um pedido de uma alma de que sofresse por 3 horas em benefício dela. Isso poupou 20 anos de Purgatório para a alma. Quando se sofre na Terra, pode-se crescer no amor, ganhar méritos, ao passo que no Purgatório só dá pra descontar os pecados. Aqui temos a liberdade de escolher. Isso dá um sentido extraordinário aos sofrimentos. Acolher os sofrimentos e oferecê-los com paciência e humildade. Unir os nossos sofrimentos aos de Jesus, depositando-os nas mãos de Maria, que saberá o melhor modo de utilizá-los. “Maria devolver-nos-á tudo na hora da morte e os sofrimentos oferecidos serão os nossos mais preciosos tesouros no outro mundo. A vidente contou também o caso de uma senhora muito doente que ofereceu suas dores e sofrimentos para o bem da aldeia em que vivia. As almas lhe disseram que a aldeia não foi destruída por causa de uma série de avalanches que ocorreram, justamente por causa do oferecimento daquela senhora doente. Se estivesse com saúde, não teria salvo a aldeia. Entre as almas do Purgatório não há revolta alguma em relação aos seus sofrimentos, porque compreendem que estes lhes são necessários.

13- Outras orações eficazes para a libertação das almas do Purgatório: A Via-Sacra: leva-nos a odiar o pecado e a desejar a salvação de todos. Esta inclinação do coração leva um grande alívio às almas do Purgatório e suscita o arrependimento de nossos pecados. O Terço e, melhor, o Rosário: as almas chamam Maria de “Mãe de Misericórdia”. As indulgências do terço (e de outras orações) têm um valor inestimável para a sua libertação. As orações de Santa Brígida e todas as orações em geral. Um judeu convertido ao catolicismo (Herman Cohen) rezou muito pela conversão da mãe, que morreu judia. Ele lamentou muito isso com Deus, até que ouviu uma voz dizendo que no último instante de vida Jesus apareceu à sua mãe e ela disse: “Meu Senhor e meu Deus”. Ele soube, numa segunda visão, tempo depois, que sua mãe já saíra do Purgatório em direção ao céu. Tanto as almas do Purgatório como os Anjos nos “invejam”, no bom sentido, porque temos a possibilidade de crescer enquanto estamos ainda na Terra e eles não têm mais essa oportunidade. As almas dependem de nossas orações.

14- A contrição ou arrependimento, na hora da morte, é muito importante. Para lucrar a indulgência plenária de todos os pecados é preciso estar livre de todo apego ao pecado. Quanto à tentação diabólica antes da morte, é verídica, mas nós temos a graça de lhe resistir e rechaçá-lo, pois se não quisermos, o demônio não pode nos fazer nada.

15- Entre a morte aparente e a morte real há uns minutos em que podemos nos arrepender dos pecados e para nos decidirmos se aceitamos ou não ir para Deus. Aí temos a visão total da própria vida. Também ficamos sabendo qual será o nosso próximo sofrimento, no caso, no Purgatório.

16- A melhor preparação para a morte é abandonar-se totalmente ao Senhor, oferecer-lhe todo o sofrimento pelo qual passar, encontrar a sua felicidade em Deus. Devemos preparar quem vai morrer dizendo-lhe a verdade a respeito de sua condição, além de orar muito por ele.

17- Para ser santo aqui na terra é preciso ser muito humilde, não se preocupar consigo mesmo. O orgulho é a mais forte armadilha do inimigo.

18- Pode-se pedir a Deus que permita que passemos já aqui na Terra o Purgatório pelo qual teremos que passar após a morte.

19- Há vários níveis de sofrimento moral no Purgatório. Cada alma tem um sofrimento único. Os sofrimentos são maiores que os maiores sofrimentos na Terra, mas de maneira simbólica: fazem doer a alma.

20- Ao Purgatório vão sempre Maria e os Anjos. Cada alma é acompanhada pelo seu Anjo da Guarda. Os santos não vão. São Miguel vai. Os Anjos aliviam e consolam as almas, que podem vê-los.

21- Cada pessoa tem a consciência para reconhecer o bem e o mal. Uma consciência dada por Deus e uma consciência interior, em diferentes graus. Com essa consciência, cada pessoa pode tornar-se uma pessoa bem-aventurada.

22- O suicídio às vezes é devido a uma enfermidade e por isso a vidente disse que nunca encontrou o caso de algum suicida que se tenha perdido. Os maiores culpados são os que os cercavam, quando os negligenciaram ou os caluniaram. Diz a vidente: “Porém, elas lastimam-no, pois, olhando as coisas à luz de Deus, as almas compreendem, de uma só vez, todas as graças que lhes estavam reservadas para o tempo que ainda lhes restava viver. Elas veem esse tempo. Veem também todas as almas a quem poderiam ter ajudado, se tivessem oferecido esse resto de vida a Deus. O que as faz sofrer mais é ver o bem que poderiam ter feito e não fizeram, ao abreviar a sua vida. Mas o Senhor leva em conta o suicídio consequente de uma enfermidade”.

23- Overdose e drogas: almas que morreram nessa situação não se perderam, mas precisam passar pelo Purgatório

24- Para os que lamentam o próprio sofrimento e desejam morrer, Maria Simma diz que deveriam oferecer esse sofrimento pelas almas. A pessoa que oferece também vai ser bem-aventurada, vai ter uma grande felicidade no Céu. Quando estivermos no Céu, estaremos satisfeitos com o grau de felicidade recebida, pois saberemos que não merecemos mais nada.

25- Muitas pessoas de outras religiões também estão no Purgatório. “Aquele que vive bem a sua fé é feliz”.

26- Os padres que estão no Purgatório, geralmente, é porque não suscitaram o respeito à Eucaristia e isto leva, em consequência, a que toda a fé sofre. Também por terem negligenciado a oração, o que lhes diminuiu a fé. O sacerdote deveria rezar o terço todos os dias e orar muito ao Espírito Santo.

27- O Purgatório das crianças não é tão longo e nem tão penoso, por lhe faltarem o discernimento. A mais jovem que a vidente viu tinha 4 anos. Ela tinha uma irmã gêmea. Quando quebrou a sua boneca, trocou-a pela da irmã, sabendo que isso lhe ia causar muita pena e também que isso era uma injustiça e uma mentira. Os pais devem ajudar a formação da consciência de seus filhos sobretudo pelo exemplo e pela oração. Devem abençoar seus filhos e instruí-los nas coisas de Deus.

28- Perversões sexuais: Não levam as pessoas à perdição, mas têm que sofrer muito para se purificarem. A homossexualidade, por exemplo, vem realmente do Maligno. Maria Simma aconselha a essas pessoas a orarem muito para terem força para se afastar e pedir, sobretudo ao Arcanjo São Miguel, que é, por excelência, quem combate o Maligno.

29- Entre as atitudes do coração que podem conduzir à perda definitiva da alma, ou seja, ao Inferno, a mais grave é quando não se quer ir para Deus. Vai-se ao Inferno por orgulho, quando se obstina voluntariamente no não a Deus. A nossa oração pode suscitar um ato de humidade naquele que morre, e um só impulso de humildade, por menor que seja, pode livrá-lo do Inferno. A vidente cita a resposta que lhe deu Vicka, a vidente de Medjugorje: não é Deus quem manda ao Inferno; ao contrário, Deus suplica à alma que acolha sua Misericórdia. Só vão ao Inferno aqueles que, com toda a liberdade, decidem ir para lá. O pecado contra o Espírito Santo, do qual fala Jesus e que não é perdoado, é a recusa radical da Misericórdia e isto em plena luz, em plena consciência.

30- Se os ricos fizerem obras de caridade, se amarem, podem também chegar ao Céu (nota minha: lembro aqui que isso também é exigido dos pobres... ).

31- No espiritismo, é Satanás e os seus anjos que agem ao rodar mesas, ou outras práticas desse gênero. Os que praticam o espiritismo fazem coisas muito perigosas para si próprios e para os que a eles se dirigem para pedir conselho. Estão completamente afundados na mentira. É proibido invocar os mortos. Veja por exemplo Deuteronômio 18, 10-14; Levítico 19,31; 20,27; 19,1; 2 Reis 23,4.24-25; Col 2,8-10; Atos 19,19; Ef 6,12. “De minha parte” (diz M. S.), “nunca chamei as almas dos mortos, não as chamo e nunca as chamarei. É somente Deus que permite o que me acontece. É certo que Satanás pode imitar tudo o que vem de Deus e ele faz isso. Pode imitar a voz dos defuntos, sua aparência. Ele pode até curar, embora sejam curas passageiras”. Diz em seguida que ela já teve a aparição do demônio fingindo ser uma alma, desconfiou do pedido que lhe fizera (não atender a próxima alma) e esconjurou-o a sair dali. A alma seguinte era, realmente, necessitada. A água benta pode fazer o demônio fugir.

32- A vidente comenta que passou a ser acreditada quando dava recados de almas que ela prevenisse suas famílias de negócios mal feitos, mal adquiridos. As almas ficariam no Purgatório até o bem ser devolvido. O bispo dela disse que enquanto não houver erros teológicos, ela pode continuar.

33- Animada pela entrevistadora de que ela, Maria Simma, iria ao Céu sem passar pelo Purgatório, esta lhe falou que talvez tivesse que passar, pois recebera mais luz, mais conhecimento do que os outros  e por isso suas faltas são mais graves. “Mas, mesmo assim, espero que as almas me ajudem a subir ao Céu”!

A entrevistadora termina com uma biografia de Maria Simma e dizendo que a Providência coloca em nossas vidas contrariedades suficientes, lutas, sofrimentos, doenças, para que nos purifiquem e bastem para nos levar diretamente ao Céu, sem precisar passar pelo Purgatório. Para que isso aconteça, não nos revoltemos, aceitemos tudo com amor, com gratidão, como presentes na nossa vida, submetamo-nos às ofertas da Providência. Peçamos ao Senhor a graça de nos servirmos de cada uma dessas ocasiões para que, na hora da morte, Ele nos veja resplandecentes de pureza e de beleza.

Cada ato de amor que oferecemos ao Senhor, cada pequena renúncia, cada jejum, cada pequena privação, cada combate contra as nossas tendências, contra os nossos defeitos, cada perdão aos inimigos, todas as coisas que possamos oferecer ao Senhor, serão para nós um ornamento, uma joia, um verdadeiro tesouro para a eternidade.

Levantar-se, buscar a confissão cada vez que cair, como o fazem os santos. Eles cometem pecados, mas logo se levantam e se comprometem a não pecar mais.   

Algumas curiosidades que captei na entrevista do YouTube: — As almas sabem quem foi ou não foi em seu velório. — Velas e lamparinas são bem aceitas por elas. — A água benta tem um grande valor. — As missa de que participamos em vida têm mais valor do que as que mandam celebrar por nós após nossa morte. — Alguns motivos de ir ao Purgatório, além do que já foi dito: não ajudar associações beneficentes por duvidar do que será feito do dinheiro (quem usa mal o dinheiro é que vai ter que prestar contas). Não deixar os filhos seguirem vida religiosa ou sacerdotal. Os padres que tiraram os genuflexórios que se usavam para se ajoelhar na hora de receber a comunhão. Os padres que obrigam as pessoas a receberem a comunhão nas mãos. Deixar de perdoar, mesmo as pessoas que já faleceram. Apoiar a morte de outras pessoas (isso pode também levar ao Inferno. Uma alma estava desde o ano 500 no Purgatório por ter apoiado a condenação à morte de Santa Úrsula. Só se livrou do Inferno por causa da oração que uma criança fazia por ele). Outras curiosidades: a Alemanha se livrou da dominação russa por causa da oração que se fazia nos oratórios. As almas não podiam falar à Maria Simma quem foi ou não ao Inferno. Rezar por alguém muitas vezes leva a mudar o final de sua vida e a levar ao Purgatório em vez de ao Inferno. Um jovem morreu por bater a moto depois de infringir uma lei de trânsito. Foi para o Purgatório porque se arrependeu naqueles instantes finais que Deus nos dá de última oportunidade. Ele iria viver ainda mais 30 anos. Devemos sempre oferecer os sofrimentos pelas mãos de N. Senhora. As orações sempre têm valor, mesmo quando as rezamos distraidamente. Ao perceber que nos distraímos, devemos continuar a orar, sem desanimar. Maria Simma fala também alguns assuntos delicados e até polêmicos, como muitas reformas “externas” do Concílio, enquanto deveria promover as reformas “internas” dos seres humanos: renovação interna, e não externa. Ela dá como exemplo a comunhão nas mãos, que foi, segundo ela, uma renovação externa e não interna. Pessoalmente, pergunto se isso não é opinião própria dela... Outra coisa: podemos pedir que as Almas nos acordem num determinado horário e elas nos acordam. No Céu todos nos reconheceremos e estaremos juntos novamente. Quando rezamos a quem já está salvo, ele redireciona a nossa oração para outras pessoas. No Céu (isso sempre foi minha opinião) todos receberemos a bem-aventurança de modo pessoal, de acordo com os nossos méritos. Os graus de bem-aventurança são diversos.


 

Tratado do Purgatório de Santa Catarina de Gênova (1447 a 1510)

(Veja também no final da página o vídeo sobre um frei, Danielle Natale, que em 1952 ficou morto por três horas e nesse tempo ficou no Purgatório. Ele diz que o maior sofrimento aqui na terra não chega nem perto do que a gente sofre no Purgatório).


Santa Catarina recebeu em revelação particular isso tudo o que ela disse do Purgatório. É impressionante a concisão e a lógica das palavras, da exposição.


Vou tentar resumir para vocês, mas seria bom se vocês lessem o texto integral da santa. Vou deixar o link aqui para quem se interessar:

https://andrecloud1.blob.core.windows.net/catequesedeadultos/arquivos_download/Tratado-do-Purgatorio-Sta-Catarina-de-Genova.pdf


INTRODUÇÃO MINHA


Vai para o Purgatório quem morreu sem pecado grave, mas ainda não se arrependeu o suficiente para se purificar da mancha contraída pelo pecado, mesmo os já perdoados. Quando nos confessamos e nos propomos a não mais pecar, ficamos perdoados de nossos pecados, mas há ainda uma pena à nossa espera. Se não a pagarmos com os sofrimentos desta terra e/ou com as indulgências dadas pela Igreja (muito difícil de se estar nas condições necessárias para lucrá-las), vamos ter que nos purificar no Purgatório. Um arrependimento sincero e profundo, enquanto vivemos, apaga a mancha do pecado e nos leva ao céu.


Vamos agora ao resumo do que diz Santa Catarina:


1- O fogo se que fala a santa parece não ser material, mas sim é o amor de Deus que nos purifica.


2- As almas do Purgatório só têm uma vontade: a de estarem ali, nesse lugar de purificação.


3- Não dizem para si mesmas coisas como: “Eu, cometendo tais e tais pecados, mereço estar aqui”. Ou: “se eu não os cometesse, estaria agora no paraíso”. Ou ainda: “Aquelas almas saem fora do purgatório antes de mim”; “Eu sairei antes daquela outra”.


4- Elas sentem uma alegria tão grande de estarem cumprindo a ordem de Deus, desejando que Ele faça com elas o que e como desejar, que não pensam em outras coisas, nem coisas boas nem coisas más, no que se refere às outras pessoas. Estão vivendo ali na mais pura caridade, pois não podem se corrigir por si mesmas como foi possível fazer na terra. Não se ocupam de outros pensamentos, como os referentes a outras pessoas que estão ali penando por seus próprios pecados.


5- Logo que morrem lhes são reveladas a causa pela qual irão ao purgatório. Depois disso, já não pensam mais nela. Como sabemos, após a morte não podemos mais pecar. As penas que teremos que cumprir se referem apenas aos pecados cometidos nesta terra e já perdoados, mas que ainda deixaram manchas para serem purificadas.


6- A incomparável alegria que sentem as almas no purgatório ocorre por influência de Deus nelas: cresce à medida em que vão se consumindo os impedimentos que se opõem a essa influência. O impedimento é como uma ferrugem que se consome no fogo. À medida em que diminuem, a influência de Deus nela é maior, mais corresponderá à radiação de luz. Não é a pena que diminui: o que diminui é o tempo de a estar sofrendo.


7- As penas são extremas, e a santa diz que não consegue descrevê-las, mas explica como pode:


— A base de todas as penas é o pecado, quer o original, quer o atual. E quanto mais a alma se afastou de Deus aqui na terra, mas vai se tornando maligna e menos Deus se comunica com ela.


— A pena do pecado retarda o instinto beatífico para Deus, que perdemos pelo pecado original. A alma entende isso e disso nasce um fogo tão extremo, que chega a ser semelhante ao do inferno, porém sem culpa. Aliás, é a culpa que torna maligna a vontade do condenado ao inferno, ao qual Deus não se comunica com a sua bondade. Os que estão no Inferno partiram desta vida com vontade maligna e por isso seus pecados não foram perdoados, e nem serão, pois depois da vida terrestre não podem mais mudar a sua vontade. Ao partir desta vida, a alma permanece fixa no bem ou no mal. O julgamento é irreversível, porque, para além da morte, não há possibilidade de mudar a posição de liberdade, que foi fixada al como se achava no momento da morte.


— A alma no Purgatório sabe que a pena pela qual está passando a aproxima mais do estado de sua primeira criação, pura e limpa, e se descortina, aos poucos, para ela, o instinto beatífico para Deus. E sabe que a pena é finita, pois já estão sem culpa, cancelada pelo arrependimento. Com o passar do tempo sentem mais a radiação divina.


— Deus diminui a pena devida dos que estão no Inferno, não em duração, porque é para sempre, mas em quantidade, pela sua doce bondade. Ou seja: eles sofrem lá uma pena menor do que realmente mereciam. Diz a santa: “Oh! Como é perigoso o pecado feito com malícia! O homem dificilmente se arrepende dele, e não se arrependendo, permanece na culpa. E o homem persevera na culpa tanto quanto persiste na vontade do pecado cometido ou a cometê-lo.


— No Purgatório as almas têm suas vontades inteiramente em conformidade com a vontade de Deus. E Deus corresponde com a sua bondade e elas permanecem contentes com a vontade de Deus, pois são purificadas do pecado original e do pecado atual. As almas purificadas de toda culpa e unidas a Deus pela vontade, veem Deus claramente, de acordo com o grau em que Ele a elas se manifesta. Percebem quão importante é desfrutar Deus, pois sabem que as almas foram criadas para esse fim.


— As almas do Purgatório sentem a fome de Deus e padecem por isso, mas sabem que depois da pena vão poder vê-lo e serão saciadas plenamente dessa fome. Por isso suportam com amor suas penas, pois sabem que essas penas é que vão lhes trazer a visão beatífica. A união a Deus lhes é tão importante que, em comparação a ela, o Purgatório lhes parece nada, muito embora seja semelhante ao Inferno.


— O PARAÍSO: não tem nenhuma porta (por parte de Deus). Ali entra quem quiser entrar, porque Deus é todo misericórdia e se volta para nós com os braços abertos para nos receber em sua glória. Mas a essência divina “é de tal pureza e claridade, muito mais do que podemos sequer imaginar, que a alma que tem em si uma imperfeição como uma partícula de pó, se lançaria decerto em mil infernos, antes de encontrar-se diante da presença divina com aquela mínima mancha”. Como o Purgatório está precisamente à disposição para remover essa mancha, lança-se nele, sabendo que ali se encontra uma grande misericórdia, que é capaz de livrá-la desse impedimento.




8- A importância do purgatório : — A santa viu nele tanta pena quanto no Inferno, mas a alma o recebe com toda a misericórdia, pois a mancha que ela tem que tirar de si a impede de se unir ao seu amor, ou seja, a Deus. Pareceu à santa que a pena consiste mais em que a alma vê em si algo que desagrada a Deus e que ela (a alma) fez voluntariamente, contra a infinita bondade de Deus. Essa é a pena maior do que outras que ali a alma vai encontrar. As almas estão na graça de Deus, mas ainda sentem esse impedimento (as manchas deixadas pelos pecados perdoados), que não as deixa se acercar de Deus. Deus “vai continuamente atraindo a alma e inflamando-a no seu fogo, e não a deixa nunca, até que a tenha conduzido àquele ser primitivo, ou seja, para aquela perfeita pureza na qual foi criada”.


9- Cada um tem seu grau de perfeição próprio, de acordo com o que praticou aqui na terra, e chega a esse grau de perfeição após a pena purificadora. A santa compara com a purificação do ouro, que chega aos 24 quilates e aí não muda mais, por mais fogo que se coloque nele. Cada elemento tem seu limite próprio. Assim a alma: cada uma tem seu grau de perfeição.


10- Se as almas do Purgatório pudessem ser purificadas somente pela contrição, num instante pagariam totalmente suas dívidas, pois sua contrição é grande pela clara luz que as faz ver a importância do impedimento. Entretanto, o impedimento tem que ser pago integralmente, e Deus não o tolera nem em uma mínima parte, pois assim exige sua justiça (nota minha: acredito que essa contrição seja possível aqui na terra, e desse modo não precisaríamos passar pelo Purgatório. É o caso dos santos e santas...).


11- E diz mais a santa: “Agora que vejo estas coisas claramente na luz divina, sinto vontade de gritar com um grito tão forte, que poderia assustar a todos os homens do mundo, dizendo-lhes: Oh! Miseráveis! Por que razão se deixam cegar assim pelas coisas deste mundo, do que para uma necessidade tão importante, como na que se encontrarão e não tomais precaução alguma? Estão todos sob a esperança da misericórdia de Deus, que já é tão grande; porém não veem que tanta bondade de Deus será julgamento, por ter agido contra a sua vontade? Sua bondade deveria obrigá-los para fazer tudo o que Ele quer, mas não deve dar-lhes a esperança de cometer o mal impunemente. A justiça de Deus não pode falhar, e é preciso que seja satisfeita de uma forma ou de outra plenamente. Não confie, pois, dizendo: eu me confessarei e conseguirei depois a indulgência plenária, e no momento serei purificado de todos os meus pecados. Pensa que esta confissão e contrição, que se necessita para receber a indulgência plenária, é uma coisa tão difícil de se conseguir que, se tu soubesses, tremeria com grande temor, e estaria mais certo de não possuí-la do que de poder consegui-la”.



(A santa ainda continua a falar sobre o assunto, mas visando nossa vida aqui na terra. Se você se interessar a ver, o link está no início da página).



PURGATÓRIO TERRESTRE - Teófilo Aparecido.

06/12/2020 


Tive um sonho nesta noite e acordei com um pensamento que martelava em minha cabeça: já aqui na terra todos nós passamos por um “purgatório terrestre”. E não somos apenas nós que passamos por ele: tanto Jesus como Maria, mesmo não tendo nenhum pecado, passaram por esse purgatório. 


Eu me explico: quando nós oferecemos a Deus o que passamos de contrariedades, sofrimentos, mortificações, penitências, doenças, momentos fortes de oração, romarias, caridade (obras de misericórdia e doações) e tantas outras coisas mais que nos custa, estamos nos utilizando isso como um purgatório. 


Sem a purificação dos pecados cometidos ninguém entra no céu, diz Apocalipse 21, 27: “Nela (na Cidade Celeste) jamais entrará algo de imundo, e nem os que praticam abominação e mentira. Entrarão somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro”. Maria insistiu muito nisso com Jacinta e Francisco, em seu aparecimento em Fátima, ou seja, para oferecerem tudo o que sofressem pela conversão dos pecadores, ou, mais prático, pelas intenções que Maria desejar aplicar. 


No caso dos santos que praticaram muita penitência, o mérito de seus sofrimentos é aplicado a outras pessoas para que se convertam. No caso de Jesus, o “purgatório” pelo qual ele passou aqui na terra não precisou exercer nenhum benefício nele próprio, pois ele não tinha pecados, mas beneficiou e ainda beneficia a todos nós, que nos salvamos graças à Paixão, morte e ressurreição de Jesus. Maria também teve muitos méritos com seus sofrimentos, sobretudo em relação ao seu Filho que estava sendo julgado e assassinado, mas como ela mesma não precisava, pois não tinha pecados, todo o seu sofrimento foi depositado numa espécie de “tesouro espiritual” da Igreja. Todos os sofrimentos, penitências e orações que são oferecidos a Deus e não são aplicados à pessoa que os praticaram por estar, já, essa pessoa purificada de seus pecados, entra no “tesouro espiritual” da Igreja e vai servir, junto à redenção operada por Cristo, para as indulgências plenárias que o Papa aplica em algumas ocasiões. 


Diz, na verdade, o Catecismo da Igreja Católica: “Esses bens espirituais da comunhão dos santos também são chamados o “tesouro da Igreja”, que é o valor infinito e inesgotável que têm junto a Deus as expiações e os méritos de Cristo nosso Senhor, oferecidos para que a humanidade toda seja libertada do pecado e chegue à comunhão com o Pai (...). Pertence além disso a esse tesouro o valor verdadeiramente imenso e incomensurável e sempre novo que têm junto a Deus as preces e as boas obras da Bem-aventurada Virgem Maria e de todos os santos que, seguindo as pegadas de Cristo Senhor, por sua graça se santificaram e totalmente acabaram a obra que o Pai lhes confiara; de modo que, operando a própria salvação, também contribuíram para a salvação de seus irmãos na unidade do corpo místico” (nºs 1476 e 1477). 


Por isso tudo, quando oferecemos a Deus nossos sofrimentos, jejuns, orações, mortificações, doenças, estamos passando pelo purgatório terrestre, que vale bem mais do que o do outro mundo. Um dia de penitência aqui na terra vale por centenas do equivalente a dias terrestres lá na eternidade. 


Todos os dias de manhã ofereça tudo o que você for fazer de bom naquele dia para o perdão de seus próprios pecados e os da humanidade, ou simplesmente ofereça “nas intenções de Nossa Senhora”, ou ainda faça ambas as coisas. Você vai se livrar de muitos séculos de purgatório após sua morte, ou até mesmo vai quitar todo o seu purgatório já aqui na terra. É o que dizia, por exemplo, o jovem Beato Carlo Acútis: “Ofereço tudo o que eu sofrer nesses dias de hospital para me livrar do purgatório”. E, na verdade, ele entrou com vida no hospital e saiu morto.


(Publicado também no Bloguinho Catequético, Eremitas de Jesus Misericordioso e nos sites Vivendo Nazaré, Evangelho e Catequese e no Prosa e Verso)

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