quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

AS ASAS DO MUNDO


São José dos Campos SP 

18/12/2012 
As asas do mundo me pegaram
e a bem longe me conduziram,
a lugar algum,
a lugar nenhum,
e de lá pude ver as tragédias do mundo.
Vi as misérias do ser humano,
as hipocrisias da vida social,
as falsas necessidades da sociedade de consumo,
as exigências da convivência forçada,
esmagada pelo egoísmo,
pelo hedonismo,
pelo preconceito e aversões.

Vi um lugar imenso, 
sujo,
estercado pelos dejetos dos ricos
e pelo desleixo dos pobres.
Aqui e ali nasciam flores belas, 
perfumosas,
contrastando com o demais cenário.
Flores que persistiam em embelezar,
apesar da violência,
da ganância,
do orgulho,
da imprudência, 
da impiedade.

Que orgulho pode haver num monte de esterco?
Que perfume persistir num odor fétido?
Assim é o mundo,
Assim é a sociedade,
bondade e maldade,
suavidade e dureza,
feiura e beleza,
alegria e tristeza,
encontro e saudade ,
pobreza e riqueza,
orgulho e vaidade,
moderação e insaciedade,
uma verdadeira cloaca é esta humanidade.

As asas do mundo de volta me trouxeram,
em mim mesmo me puseram, 
e voltei ao mesmismo,
grudei na face meu sorriso,
perfumei meu corpo,
tirei as rugas de meu rosto,
pintei meu cabelo,
troquei minha dentadura,
firmei minha postura,
e voltei à humanidade.
Voltei à cloaca.
Voltei à borrasca 
de um violento tufão,
o tufão de nossas vaidades,
o vendaval de nossas ilusões,
o terremoto de nossas más idéias.


As asas do mundo me ensinaram
que á um só modo de viver:
que nada me perturbe,
que nada me espante,
porque tudo passa! 
A paciência tudo alcança!
Deus nunca muda! 
A quem a Deus tem, nada lhe falta 
SÓ DEUS BASTA!(Sta. Teresa d'Ávila 

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