segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

SÃO JOÃO BOSCO

São João Bosco

Fundador dos Salesianos, São João Melchior Bosco nasceu a 16 de agosto de 1815, numa família muito pobre, em Becchi, perto de Castelnuovo d'Asti, Piemonte, Itália, e morreu a 31 de janeiro de 1888, em Turim.

O pai morreu quando São João Bosco tinha apenas dois anos de idade, deixando o sustento da família para a mãe, Margarida Bosco. Os primeiros anos do santo foram passados a pastorear tendo tido como professor o pároco da aldeia.

Com os anos o jovem sentiu uma maior necessidade de aprender e acabou por entrar, em 1835, no seminário de Chieri e, após seis anos de estudos foi ordenado padre. Quando deixou o seminário, foi para Turim, onde um dos seus deveres era acompanhar D. Cafasso na visita às prisões da cidade. 

A visão das crianças nas prisões deixadas à mercê das piores influências mudou a sua vida para sempre. Resolveu então dedicar a sua vida a recuperar e a cuidar das crianças desprotegidas e, a 8 de dezembro de 1841, dia da Imaculada Conceição, enquanto se vestia para a missa ouviu o sacristão expulsar da igreja um jovem rufião que se recusava ajudar à missa. 

D. Bosco chamou o rapaz, Bartollomeo Garelli, e desta amizade surgiram as fundações do Oratório, assim chamado por causa do exemplo de São Filipe Neri. A este jovem se juntaram outros jovens e crianças da rua, conquistados por um carinho que nunca tinham conhecido, chegando a ser 400 em março de 1846. Com o aumento do número de adeptos, o ponto de encontro teve de passar a ser feito no campo, ao ar livre, onde era comido um almoço, havia jogos, era dada a instrução da catequese e onde D. Bosco começou a organizar uma banda musical, dado o grande fascínio que a música exercia sobre os rapazes. 

Nomeado em 1844 capelão assistente do Rifugio, conseguiu a autorização para construir uma capela dedicada a São Francisco de Sales. Os jovens membros do Oratório reuniram-se no Refúgio, onde continuavam a chegar mais adeptos, levando D. Bosco a fundar escolas noturnas para os rapazes que trabalhavam nas fábricas. As muitas dificuldades em manter o Oratório foram sempre encaradas com uma perseverança tal que muitos pensaram que D. Bosco estava louco e fez-se mesmo uma tentativa para o internar. 

O Oratório foi mudado para muitos locais sucessivos: para São Martinho, para o adro da igreja de São Pedro, para três quartos da Via Cottolengo onde funcionava a escola noturna, para campo aberto, e para um armazém onde se juntavam 700 membros. A mãe de D. Bosco, que ficou a ser conhecida por "mamã Margarida", juntou-se ao filho e dedicou os últimos dez anos da sua vida à primeira casa Salesiana, vendendo todos os seus poucos bens para que este projeto pudesse ser realizado e dando o seu amor de mãe aos cerca de mil rapazes que agora constituíam o Oratório.

Os métodos de ensino de D. Bosco excluíam os castigos e eram baseados na pedagogia do Sistema Preventivo. As regras eram respeitadas porque os rapazes eram imbuídos de um verdadeiro sentido do dever e todas as suas tentativas para fazerem o bem, por mais pequenas que fossem, eram sempre reconhecidas. D. Bosco defendia que o professor devia ser um pai, um conselheiro e um amigo, evitando o castigo e preferindo ganhar o amor a inspirar o medo. 

O seu objetivo era formar a vontade e temperar o carácter, cultivando nos seus pupilos o gosto pela música, que o santo considerava uma influência poderosa e refinada. "A instrução", dizia, apenas um acessório, como um jogo; o conhecimento não faz o homem porque não toca diretamente o coração. mais poder no exercício do bem e do mal, mas sozinho é uma arma indiferente, necessitando orientação". 

D. Bosco era especialmente cuidadoso em estudar as aptidões e as vocações dos seus alunos, sendo especialmente bem sucedido em perscrutar com rapidez e profundidade o coração dos jovens. Um dos seus lemas era "Faz o que quiseres, não me importo desde que não peques".


Reconhecendo a importância do trabalho de D. Bosco, a municipalidade apoiou o lançamento de um fundo para a construção de escolas técnicas e trabalhos práticos de ensino, que foram terminados sem grandes dificuldades. Em 1868, para atender às necessidades do bairro de Valdocco, em Turim, D. Bosco decidiu construir uma igreja, que conseguiu à custa da ajuda de amigos, que foi consagrada a Nossa Senhora, Maria Auxiliadora. Nesse mesmo ano, os padres e professores que o ajudavam formaram a Sociedade de São Francisco de Sales, os Salesianos, cuja regra foi aprovada por Pio X em 1874. 

À data da morte de D. Bosco, em 1888, existiam 250 casas dos Salesianos espalhadas pelo mundo, com um total de 130 000 crianças, das quais por ano saíam 18 000 aprendizes e formou mais de 6000 padres. As escolas davam formação desde a instrução primária até à entrada nos seminários, para os que queriam seguir a vida religiosa. Os Salesianos tinham ainda escolas noturnas e aos Domingos, escolas para os que, com uma idade avançada, queriam ser ordenados padres, escolas técnicas e tipografias para a difusão da leitura em várias línguas. Incluía ainda hospitais e asilos, assistência a doentes e a prisioneiros.

Atualmente, os Salesianos possuem casas em Itália, Espanha, Portugal, França, Inglaterra, Bélgica, Suíça, Áustria, Palestina, Argélia, México, Patagónia, Terra del Fuego, Equador, Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Uruguai, Chile, Peru, Venezuela, Colômbia e Estados Unidos da América, entre outros. O mais famoso salesiano da atualidade é o bispo de Díli, D. Ximenes Belo.

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